foto: Bacia monitorada
A conservação de bacias e os desafios para a sustentabilidade da agricultura, publicação de Ricardo Figueiredo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e de Timothy Richard Green, pesquisador do Centro de Pesquisa de Recursos Agrícolas (USDA-ARS), Fort Collins, Colorado, Estados Unidos, está disponível para acesso gratuito.
A conservação de bacias e os desafios para a sustentabilidade da agricultura, publicação de Ricardo Figueiredo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e de Timothy Richard Green, pesquisador do Centro de Pesquisa de Recursos Agrícolas (USDA-ARS), Fort Collins, Colorado, Estados Unidos, está disponível para acesso gratuito.
Os autores consideram, nesse estudo, a complexidade para que se alcance a sustentabilidade no uso da terra, no tocante à conservação dos recursos hídricos e respectivas bacias hidrográficas e a dinâmica de alterações nos processos biogeoquímicos e hidrológicos – ciclagem de nutrientes e carbono presentes nos ecossistemas e agroecossistemas e dos fluxos de água nos componentes terrestre e aquático presentes nas bacias onde o ecossistema natural é modificado.
Figueiredo esclarece que são analisados os principais aspectos no que se refere à sustentabilidade das bacias hidrográficas. “Observa-se que o manejo do solo e os diferentes sistemas de produção só atendem a demanda por um desenvolvimento sustentável, quando implementados com as devidas considerações sobre suas ligações com fluxos de água e nutrientes nas bacias”, diz o pesquisador.
Além disso, dada a dependência às condições do clima, incluindo pluviosidade e temperatura, a conservação de recursos hídricos apresenta forte relação com as mudanças climáticas em curso.
Quando a água da chuva atinge a superfície terrestre de uma bacia parte da água é retida pela vegetação e outra parte segue para o solo onde a água que infiltra pode ser absorvida pelas raízes das plantas, ou seguir em fluxo sub-superficial para as áreas mais baixas ou ainda alcançar a zona saturada do solo formando o lençol freático, cujo estoque hídrico supre os cursos d’água nos períodos de estiagem. Por outro lado, a água em vez de infiltrar pode formar o escoamento superficial até atingir o leito do rio.
Entende-se que para realizar uma avaliação da sustentabilidade na agricultura que atenda à conservação dos atributos hídricos de qualidade e quantidade de uma bacia é necessário observar quatro aspectos: a complexidade dos processos naturais em diferentes escalas no espaço e no tempo na bacia; os desafios inerentes ao próprio manejo sustentável da bacia em seus aspectos técnicos e socioeconômicos; a necessidade indispensável de medições confiáveis e simulações dos fluxos hídricos na bacia e a intensidade com que as mudanças projetadas do clima e do uso da terra podem afetar a sustentabilidade no futuro.
Os autores comentam sobre alguns exemplos para se enfrentar os desafios para um manejo sustentável nas bacias agrícolas, como: o sistema plantio direto, que pode ser entendido como um complexo de processos tecnológicos destinado à exploração de sistemas agrícolas produtivos; os sistemas agroflorestais (SAFs) que preconizam o manejo sustentável da terra buscando aumentar a produção de forma geral, combinando culturas agrícolas com árvores e plantas da floresta; a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistema de produção agrícola e de produção animal, e que contam com florestas de árvores de cultivo exótico com espécies, como eucalipto e pinus, ou mesmo espécies nativas; a chamada transição agroecológica que passa por diversas etapas, como redução e racionalização do uso de insumos químicos; substituição de insumos e manejo da biodiversidade e redesenho dos sistemas produtivos; e a adoção de pagamento por serviços ambientais (PSA), que remunera o proprietário rural por adotar práticas de conservação de solos e reflorestamento.
A publicação visa atender à geração de conhecimento relativa ao sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que é o de “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos” – e em especial às metas 6.5 e 6.6 referentes à gestão integrada dos recursos hídricos e à proteção e restauração de ecossistemas relacionados com a água.
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