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EMATER-MG CONCLUI ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO DO QUEIJO ARTESANAL DA SERRA DA MANTIQUEIRA

EMATER-MG CONCLUI ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO DO QUEIJO ARTESANAL DA SERRA DA MANTIQUEIRA

BELO HORIZONTE (6/3/2020) –  Mais um importante passo para agregar maior valor ao queijo artesanal feito no município de Alagoa e em outros nove municípios da denominada região Mantiqueira de Minas. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) entregou em fevereiro dois estudos de caracterização integrada dessas regiões produtoras a entidades que representam os fabricantes locais. Todos os municípios estão situados na face mineira da Serra da Mantiqueira, no Sul do estado.

“A caracterização de região para o queijo artesanal é um processo de reconhecimento de municípios produtores, por meio de diagnóstico de produção, levantamento histórico,  cultural e da identificação de características de meio físico (solos, relevo, vegetação, cursos de água). Tais aspectos são avaliados em conjunto,  na sua relação com o meio antrópico (ocupado pelo homem)”, explicou o coordenador estadual de Sub-bacias hidrográficas, Maurício Fernandes, que fez parte da equipe que conduziu os trabalhos. 

“Os levantamentos de caracterização integrada ajudarão a compor todo um processo para regulamentação deste tipo de queijo, que poderá ser comercializado fora dos municípios onde são produzidos”, explicou a coordenadora dos estudos pela Emater-MG, a laticinista, Marciana de Souza Lima.Os estudos também irão facilitar, posteriormente, o processo para as vendas para outros estados do país. Além disso, é uma forma de valorizar o produto no mercado consumidor.  

Os levantamentos foram passados para as associações dos produtores de Alagoa (Aproalagoa) e da Mantiqueira de Minas (Apromam), que congrega os municípios de Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalho, Itamonte, Itanhandu Liberdade, Passa Quatro e Pouso Alto.

As entregas dos documentos aconteceram respectivamente nos municípios de Alagoa e Itamonte, durante reunião com associados das duas entidades e com representantes da Seapa, Emater-MG e IMA, além de Mapa, Embrapa e Sebrae. A Aproalagoa recebeu, ainda, o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento nº 41, “Caracterização do Queijo de Alagoa-MG: parâmetros físico-químicos, microbiológicos e sensoriais”, elaborado pela Embrapa, com o apoio da Emater-MG e da Epamig. 

A laticinista da Emater-MG lembrou que a caracterização de regiões produtoras de queijos artesanais está determinada na Lei Estadual 23.157, de 18/12/2018, que dispõe sobre a produção e comercialização dos queijos artesanais de Minas Gerais.  “”Esses estudos desenvolvidos pela Emater-MG e Embrapa, bem como a regulamentação da lei vão subsidiar a elaboração do regulamento técnico específico a estes queijos artesanais. Isso dará possibilidades para que o queijo de Alagoa e da região Mantiqueira de Minas possam se regularizar perante o órgão de inspeção sanitária estadual,  o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)”, argumentou a técnica. 

Números da pesquisa

Segundo pesquisa da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em Alagoa, foram contabilizadas 139 queijarias artesanais, totalizando uma produção anual de 58,4 mil toneladas de queijo em 2019. Nos outros nove municípios da Mantiqueira de Minas, a empresa de extensão rural apurou no mesmo ano,  a produção de 119 milhões de litros de leite, sendo parte do produto destinada à elaboração de queijo artesanal, por agricultores familiares. 

Para os técnicos que elaboraram os estudos, o queijo artesanal é um bem tradicional da região, sendo grande o número de famílias que têm o produto como fonte de renda. Em Alagoa, o grupo coletou dados em 18 propriedades. Já nos nove municípios da região Mantiqueira de Minas foram coletadas informações em 39 propriedades rurais. 

História

O queijo artesanal de Alagoa e o queijo artesanal da Mantiqueira de Minas tiveram origem, segundo levantamentos dos estudos realizados pela Emater-MG,   a partir da mudança de um casal de imigrantes italianos,  Luiza Altomare Poppa e Pascoal Poppa,  para Alagoa em 1920.  Após fixarem residência, Pascoal vislumbrou a possibilidade de produzir uma iguaria típica de sua cidade natal Parma: o queijo parmesão. A vontade, segundo a história, nasceu da percepção das semelhanças climáticas da região da Mantiqueira com a sua terra natal. Iniciou-se, então, a produção do famoso queijo italiano.

Ao longo dos anos, as famílias de Alagoa e de outros municípios da Serra da Mantiqueira incorporaram a tradição da fabricação do queijo em suas pequenas propriedades rurais. As tecnologias foram modificadas, adquirindo características locais. Desta forma, a atividade foi sendo passada de geração a geração até os dias atuais.

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