Um shopping portátil. Pelo celular, o consumidor cria, experimenta, customiza, demanda e determina como pagar e receber. As tecnologias voltadas ao varejo e aos serviços ampliam o protagonismo do usuário e facilitam a vida de quem compra e de quem vende. “É muito mais que e-commerce. A experiência do consumidor é extremamente valorizada e possibilita uma resposta cada vez mais satisfatória do produto para o cliente”, explica Eduardo Rezende, da coordenação de Comércio e Serviços da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A Agência participa e patrocina o Latam Retail Show 2019, maior evento para o varejo, franquias, e-commerce, food service e shopping centers da América Latina, que terminou ontem, 29, em São Paulo.
A realidade virtual e aumentada foi um dos destaques do evento. A tecnologia funciona como o “contato” do consumidor, usada no vestuário, na alimentação, no lazer e até mesmo na construção civil, com projetos de arquitetura que criam no ambiente virtual uma reprodução do projeto finalizado. “O estímulo sensorial continua sendo determinante nessa relação. Como isso acontece, no entanto, é que vem ganhando novas formas”, acredita Rezende.
O setor de varejo e serviços é o segundo maior criador de empregos no país, perdendo apenas para o poder público. Engloba produtos tão variados quanto complexos e empresas de todos os portes. É, também, o setor com maior tangência com o consumidor final, o que o obriga a responder às necessidades, às “dores”, do usuário de modo ágil e assertivo.
“Há empresas que estão muito à frente. Em um dos hipermercados por aqui, por exemplo, quando o consumidor busca uma fruta, ele pode saber todo o processo de produção, do tipo de solo em que a fruta foi plantada e colhida até a chegada à gôndola. Isso é possível com o uso do blockchain”, explica Caio Camargo, curador da Latam Retail Show e sócio diretor da GS&UP, promotora do evento. Caio dá outro exemplo: “há uma marca de cosmético que traz na embalagem um QRCode com as informações da elaboração da essência, o que foi usado para chegar àquele produto, até a rota de distribuição percorrida.”
Personalização x compartilhamento
A variedade e a velocidade das demandas para o setor varejista produzem fenômenos que podem parecer antagônicos. Enquanto os produtos e serviços são cada vez mais personalizados e acessíveis, que atendem com precisão a necessidade do cliente, outra modalidade ganha espaço no mercado de serviços: o compartilhamento. Nesta categoria, os produtos são ofertados com base na exigência média do mercado, sem implicar em customização. Bicicletas, imóveis, patinetes, carros, espaços de trabalho passam a serem vistos como bens de uso e não de posse. “E isso é uma cultura que vem crescendo entre os consumidores. Para que comprar um carro se ele vai permanecer a maior parte do dia estacionado em uma garagem? O compartilhamento pressupõe o uso mais racional dos bens, uma relação de ganha-ganha para usuários e startups”, finaliza Eduardo.
Competição entre startups
Encerrando esta edição do Latam Retail Show, uma competição, a Star me UP!, elegeu as três melhores soluções de varejo oferecidas por startups. A ABDI fez parte da banca julgadora do concurso.
As startups concorreram com indicadores como maturidade de negócio, escalabilidade e importância da solução oferecida, entre outros. Participaram as startups Mynkana (Equador), HandOver (Brasil), GoApp.Pet (Brasil), Boxit (Panamá), Rendalo (Chile), Sumeto-Id (Chile), Standout (Brasil) e XModal (Brasil).
Pela pontuação do júri, o primeiro lugar foi para a Stanout, que criou uma ferramenta para atender à demanda do mercado por soluções de Trade Marketing Digital. O segundo ficou com a Mynkana, que apresentou uma solução de coleta e tratamento de informações para pesquisa de mercado. E, na terceira colocação, a SumatoID, que desenvolveu soluções biométricas para análise do comportamento do cliente em loja física.
Fonte: https://www.abdi.com.br/postagem/consumo-como-sera-o-mercado-do-futuro
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