O primeiro Boletim Agropecuário de 2020 elaborado pelo do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) vem com boas notícias para os produtores catarinenses de grãos, alho, frango, bovinos e suínos. O documento é uma publicação mensal que reúne informações conjunturais de alguns dos principais produtos agropecuários de Santa Catarina.
Grãos
Os preços do arroz continuam em alta. A expectativa de redução da oferta interna pelas dificuldades climáticas enfrentadas no Rio Grande do Sul tem mantido os preços elevados. A safra catarinense está com 75% em floração e 1% em maturação.
Em 2019, os preços do feijão registraram forte oscilação. O mercado iniciou o ano com altas expressivas, acima de R$200,00/saca. Com a entrada da terceira safra proveniente dos cultivos irrigados do Centro-Oeste, em maio, os preços começaram a baixar. Em dezembro, no mercado catarinense, o feijão carioca manteve tendência de alta, registrando aumento de 7,35% em relação a novembro.
Os preços do milho continuam em elevação em dezembro e janeiro. Exportações recordes, menor safra americana e maior consumo interno estão mantendo os preços em alta. No estado, na segunda quinzena de janeiro inicia a colheita no extremo Oeste e em áreas do vale do Rio Uruguai. No Planalto Sul há registro de falta de chuvas que poderá diminuir o potencial produtivo das lavouras.
No mercado de soja, em Santa Catarina, os preços apresentaram nova reação em dezembro. O dólar em alta, a redução da safra americana e o maior consumo interno para ração têm mantido os preços fortalecidos no Brasil.
Depois de muita negociação, a soja americana está livre para compra pela China. Dessa forma, o Brasil perde força na venda para a China e passa a disputar mercado com os EUA. O cenário em 2020 será norteado pela amplitude dos acordos entre EUA e China.
Os preços do trigo de melhor qualidade (PH78) tiveram alta de 1,15% em dezembro. Os produtores catarinenses receberam, em média, R$ 43,00/saca de 60kg, contra R$ 42,51 em novembro.
Hortaliças
A comercialização da safra catarinense de alho está em pleno andamento. O mercado está aquecido e os preços pagos ao produtor estão acima do custo de produção.
A safra de cebola em Santa Catarina é uma das maiores dos últimos anos. A comercialização está fluindo, mas os preços ao produtor estão abaixo do custo de produção. A orientação é de que a comercialização seja escalonada para evitar super oferta, que pode forçar a baixa nos preços.
Pecuária
Em 2019, Santa Catarina exportou 1,26 milhão de toneladas de frango, 0,28% abaixo de 2018. As receitas foram de US$ 2,19 bilhões, aumento de 3,06% em relação ao ano anterior. O resultado deve-se, principalmente, à melhoria no valor médio da tonelada de frango no mercado internacional, especialmente no 1º semestre de 2019.
O estado respondeu por 31,71% do valor das exportações brasileiras de carne de frango em 2019. Apesar da queda no volume embarcado, foi o segundo melhor resultado da série histórica (que inicia em 1997) em termos de quantidade, atrás apenas de 2018. Em termos de receitas, no ano passado obteve-se o terceiro maior valor já registrado. Ou seja, apesar de algumas variações negativas, o ano foi bastante positivo para o setor.
Os preços do boi gordo em Santa Catarina mantiveram-se estáveis no ano passado, com leve tendência de alta. A partir de novembro foram registradas altas significativas. Na comparação entre os preços de dezembro de 2019 e os do mesmo mês do ano anterior, há variações significativas nas duas praças de referência: 36,29% em Chapecó e 31,36% em Lages. A média estadual também apresentou alta expressiva: 33,25%.
As exportações catarinenses de carne suína tiveram crescimento significativo em 2019: foram embarcadas 411,36 mil toneladas, aumento de 14,26% em relação ao ano anterior. Nas receitas, o incremento foi ainda mais expressivo: US$ 856,61 milhões, alta de 30,98%. Tais resultados representam um recorde histórico nas exportações de carne suína do estado, tanto em valor como em quantidade.
Santa Catarina foi responsável por 55,80% da quantidade e 54,13% das receitas brasileiras com exportação de carne suína em 2019. Os resultados devem-se principalmente ao crescimento dos embarques para a China, em decorrência do surto de peste suína africana que atinge aquele país. Em relação a 2018, as exportações para a China cresceram 60,80% em quantidade e 88,8% em valor. China e Hong Kong responderam por 60,76% das receitas catarinenses com exportação de carne suína em 2019.
A produção brasileira de leite teve crescimento discreto em 2019. As importações foram menores, as exportações foram maiores e os preços aos produtores foram superiores aos de 2018.
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