Em visita ao Porto Digital, em Recife, nesta terça-feira (29), o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, destacou o papel da Agência na conexão entre governo e empresas para impulsionar iniciativas inovadoras em todo o país. “Temos de conectar duas realidades muito distintas, a de governo e a empresarial. Por vários anos elas não conseguiam dialogar porque possuem pesos e linguagens diferentes”, explica.
Calvet participou de uma rodada de encontros para conhecer iniciativas que fomentam a inovação na capital pernambucana e explicou que a ABDI, na atual gestão, deve atuar para alavancar iniciativas que ocorrem em diversas regiões do país, separadamente. “Estamos no meio de campo com o objetivo de promover a transformação digital”, afirma.
Embora haja ações de destaque em diversas regiões do país, algumas reconhecidas internacionalmente, Igor Calvet explica que este é um movimento ainda silencioso. “Falo da importância de termos dados agregados sobre as operações que estão sendo feitas. Precisamos ter a real dimensão do que está acontecendo no Brasil, para dar a amplitude devida às ações de inovação, e a gente só faz isso em rede”, aponta.
Recife digital
Em Recife, concentram-se ações de alto impacto para o setor produtivo, como a de qualificação desenvolvida pelo Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs). Segundo levantamento da entidade, o índice de ocupação dos estudantes formados em TICs pelo Senai ultrapassa 70%.
A cidade possui um dos principais parques tecnológicos urbanos do país, o Porto Digital, que reúne empresas, organizações de fomento e núcleos de formação profissional, o que aquece também a oferta de novas oportunidades nesse setor. Na mesma região convivem desde pequenos projetos até demandas de gigantes globais como a FCA, a Motorola e a Samsung.
Localizado no centro histórico da cidade, o Porto é berço de iniciativas como a da startup Salvus, que desenvolveu com o centro de inovação CESAR, uma solução para evitar o desperdício de oxigênio medicinal, reduzindo custos e riscos para milhares de pacientes.
O projeto, que utiliza IoT (Internet das Coisas), foi selecionado pelo BNDES para ser testado durante 16 meses, em razão do potencial de benefício e redução de custos tanto para os pacientes quanto para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse é o potencial de um ecossistema de inovação urbano e aberto: endereçar programas estratégicos para o país”, define o superintendente do Sebrae Pernambuco, Francisco Saboya.
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